Porque pagamos impostos?

Em Portugal, tal como em muitos outros países, os cidadãos e empresas pagam impostos que servem para financiar investimentos e despesas públicas, tendo em vista satisfazer as necessidades dos cidadãos.

No nosso País, existem os impostos diretos, como o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), que é um imposto sobre o rendimento individual, e o imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC), que incide sobre os lucros das empresas.

Existem também os impostos indiretos, como, por exemplo, o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), aplicado às vendas e serviços prestados em Portugal, o imposto municipal de imóveis (IMI) ou o imposto único de circulação (IUC).

Entre outras áreas, em Portugal, os impostos financiam a proteção social, a saúde, os serviços gerais das administrações públicas, a educação, a segurança e a justiça, além de infraestruturas públicas, como estradas e redes de transportes.

Os principais impostos em portugal

IRS- Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

O IRS em Portugal é um imposto que incide sobre os rendimentos dos cidadãos cidadãos residentes em território português e dos não residentes que obtêm rendimento em Portugal.

Princípios fundamentais do IRS

  • Todos os rendimentos obtidos por residentes em Portugal, sejam eles obtidos no país ou no estrangeiro, estão sujeitos a IRS. Para não-residentes, apenas os rendimentos obtidos em Portugal são taxados.

  • As taxas do IRS são progressivas, o que significa que aumentam consoante o rendimento individual. Assim, quem ganha mais paga uma percentagem superior, e quem ganha menos paga uma percentagem inferior.

  • O IRS considera a situação individual e familiar do contribuinte, o que significa que certas situações (como o número de dependentes, estado civil, entre outros) influenciam o valor do imposto retido e pago.

  • O IRS é calculado tendo por base os rendimentos obtidos durante um ano civil.

  • Os rendimentos são divididos em várias categorias (trabalho dependente, trabalho independente, rendimentos de capitais, entre outros) e cada categoria tem regras específicas de tributação.

IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

O IRC é um imposto que incide sobre os rendimentos das empresas e outras entidades jurídicas. Em Portugal, as taxas de IRC variam, mas a taxa padrão é de 21%. Associadas a este imposto, existem algumas deduções e benefícios fiscais específicos, com o objetivo de incentivar determinadas atividades empresariais ou investimentos.

Principios fundamentais do IRC

  • O IRC é calculado com base nos lucros da empresa. Assim, empresas mais lucrativas contribuem mais, relativamente à que têm menores lucros.

  • O sistema fiscal tenta ser neutro, no sentido de não favorecer nem prejudicar determinadas formas jurídicas ou setores de atividade, exceto quando há políticas explícitas para tal (como incentivos fiscais).

  • Este princípio visa garantir que empresas em situações semelhantes paguem quantias semelhantes de imposto. Isto é, duas empresas com lucros semelhantes devem pagar quantidades semelhantes de IRC.

  • É crucial que as empresas saibam, com clareza, quais são as suas obrigações fiscais, para que possam planear e operar de forma confiante. O sistema fiscal deve proporcionar estabilidade e previsibilidade.

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

O IVA é um imposto sobre o consumo que incide sobre o valor acrescentado dos bens e serviços em cada etapa da cadeia de produção ou distribuição. Em termos práticos, é o consumidor final quem suporta o custo do IVA, embora seja liquidado em fases anteriores por produtores, fabricantes, distribuidores e vendedores. Em Portugal, o IVA tem diferentes taxas, sendo as mais comuns a taxa normal,intermédia e reduzida, aplicadas consoante o tipo de bem ou serviço.

Princípios fundamentais do IVA

  • O IVA pretende ser um imposto generalizado, abrangendo a vasta maioria dos bens e serviços, com algumas exceções previstas na lei.

  • O IVA foi desenhado para não distorcer as escolhas económicas, ou seja, não favorecer uns produtos ou serviços em detrimento de outros, com exceção das isenções ou taxas reduzidas deliberadamente definidas.

  • Para evitar a "cascata tributária", o IVA é um imposto não cumulativo. Isto significa que o imposto pago nas etapas anteriores da cadeia (IVA suportado) pode ser deduzido do imposto cobrado aos clientes (IVA entregue), liquidando-se ao Estado apenas a diferença.

  • O valor do IVA deve estar claramente discriminado nas faturas e outros documentos comerciais, para que os consumidores saibam o montante de imposto que estão a pagar.

Outros impostos mais setoriais

Estes são apenas alguns dos impostos em Portugal. Existem outros, mas situações mais específicas ou locais. A carga fiscal é um tópico frequentemente debatido em muitos países e Portugal não é exceção. Estas rflexões abordam a visam indivudual sobre a relação entre a necessidade de financiar serviços públicos e a pressão sobre os contribuintes.

Basic

Imposto Sobre Veículos (ISV) Imposto aplicado na aquisição de veículos motorizados.

Intermediate

Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) Imposto aplicado a combustíveis e energia.

Intermediate

Imposto Único de Circulação (IUC) Imposto anual sobre a propriedade e uso de veículos motorizados.

Advanced

Imposto sobre o tabaco (IT) Imposto aplicado a produtos de tabaco.

Advanced

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) Imposto anual sobre a propriedade imobiliária, seja ela urbana, rústica ou mista.

Advanced

Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas (IA) Incide sobre bebidas como vinho, cerveja e outras bebidas alcoólicas.

Advanced

Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) Imposto sobre a transferência de propriedade de imóveis.

Advanced

Derrama Tributo municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas.

Advanced

Imposto do Selo Imposto aplicado a várias operações, como contratos, créditos, hipotecas, jogos e outros.

Advanced

Taxa de audiovisual Não é propriamente um imposto, mas uma taxa cobrada nas faturas de eletricidade para financiar o serviço público de rádio e televisão.

Pode um país existir sem impostos?


A ideia de um país existir sem impostos é, à primeira vista, atraente para muitos, pois os impostos são, geralmente, vistos como uma diminuição do rendimento disponível dos cidadãos. No entanto, na prática, é impossível um país moderno «funcionar» sem qualquer forma de tributação.

São diveros os contextos e as razões a considerar.

Os impostos são a principal fonte de receita para a maioria dos governos e são usados para financiar serviços públicos essenciais como saúde, educação, defesa, infraestrutura, segurança pública, justiça, entre outros.

A ideia de um país sem impostos é teoricamente possível, na prática seria um desafio enorme, tanto em termos de financiamento dos serviços públicos essenciais como em termos de estabilidade e justiça econômicas. A tributação, quando usada corretamente, pode ser uma ferramenta vital para promover o bem-estar social e o desenvolvimento econômico.

Sem impostos, um governo teria dificuldade em fornecer esses serviços, a menos que encontrasse alguma fonte de receita, que permitisse financiar todos os serviços públicos.

  • Alguns países com vastas reservas de recursos naturais, como petróleo ou gás, têm baixos níveis de tributação porque obtêm receitas significativas da exploração desses recursos. Países como os Emirados Árabes Unidos e o Qatar são exemplos onde os impostos diretos sobre os cidadãos são mínimos devido às receitas do petróleo. No entanto, mesmo nesses casos, existem outras formas de "tributação", como taxas e tarifas.

  • Alguns microestados ou cidades-estado podem operar com impostos extremamente baixos ou nulos devido ao seu tamanho, à concentração em setores econômicos específicos (como o financeiro) ou ao apoio de nações maiores.

  • Em teoria, um país poderia tentar operar sem impostos se conseguisse gerar receitas suficientes de outras fontes, como doações, tarifas, taxas por serviços específicos, ou se tivesse uma economia baseada em princípios diferentes do sistema capitalista predominante.

  • Mesmo que um país conseguisse operar sem impostos, enfrentaria outros desafios, como a distribuição desigual da riqueza, a possível falta de investimento em bens públicos e a dificuldade de regular e estabilizar a economia.

  • Além de gerar receita, os impostos são uma ferramenta para alcançar a justiça social. Através de sistemas tributários progressivos, os governos podem redistribuir a riqueza e reduzir as desigualdades econômicas.