“Os países com decréscimo em Liberdade no mundo superaram em número aqueles com ganhos nos últimos 16 anos”

Freedom House report 2022

A Organização da Nações Unidas não tem uma lista oficial de ditaduras. No entanto, expressa frequentemente preocupações sobre violações dos direitos Humanos, desrespeito pelas liberdades civís e políticas, e outras questões em vários países.

São vários os países criticados por organizações de direitos humanos e por alguns estados-membro da ONU por práticas autoritárias ou ditatoriais.

  • Coreia do Norte

    Liderada por Kim Jong-un, é frequentemente citada como uma das nações mais repressivas do mundo.

  • Síria

    Bashar al-Assad é acusado de cometer numerosas violações dos direitos humanos durante a guerra civil síria.

  • Arábia Saudita

    Apesar de ser uma monarquia absoluta, tem enfrentado críticas por repressão a dissidentes e falta de liberdades civis.

  • Eritreia

    Tem sido criticada por violações graves dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias e falta de liberdade de imprensa.

  • Turquemenistão

    Um dos países mais fechados e repressivos, liderado por Gurbanguly Berdimuhamedow.

  • Russia

    A Rússia é uma nação complexa com uma longa história política. Não é classificada tradicionalmente como uma "ditadura" no sentido clássico do termo, mas a forma de liderança do presidente Vladimir Putin levantou preocupações em relação à concentração de poder, restrições à liberdade de imprensa, e limitações aos direitos civis e políticos.

Quando nasce uma ditadura?

Os regimes ditatoriais muitas vezes surgem devido a uma combinação de fatores. Por exemplo, o desenvolvimento deste tipo de regimes é mais frequente quando um país enfrenta crises económicas, políticas ou sociais. Nestas situações, as pessoas tendem a sentir-se mais inseguras e desesperadas, ansiando por mudanças rápidas.

Estes contextos são facilitadores da ação de «líderes» que, aproveitando-se deste descontentamento, prometem soluções fáceis ou rápidas, como estabilidade e ordem, e obtêm apoio popular.

Contudo, com frequência, na implementação das suas políticas, estas lideranças promovem a restrição de liberdades civis e políticas, a censura da imprensa, a supressão da oposição e o controlo rígido da população.

Em suma, a combinação de crises, o desejo de «segurança» e líderes que procurem concentrar poder, pode levar ao estabelecimento de uma ditadura.

E quando Portugal

foi uma ditadura?


No século XX, Portugal viveu um longo período de ditadura conhecido como Estado Novo. Esta era foi caracterizada pela falta de liberdades individuais, censura e repressão política. O regime começou em 1926, após um golpe militar que derrubou a instável Primeira República. António de Oliveira Salazar, um economista e político, assumiu a liderança em 1932 e estabeleceu uma ditadura que durou até 1974. Defendia uma política de neutralidade durante as guerras, um governo autoritário e a manutenção das colónias africanas. A revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, pôs fim a esta ditadura, dando início à democracia em Portugal e ao processo de descolonização.

A 25 de abril de 1974, Portugal promoveu a revolução pacífica que pôs fim a quase cinco décadas de ditadura do Estado Novo. Conhecida como "Revolução dos Cravos", flores que que se tornaram o símbolo da resistência pacífica, foi desencadeada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), insatisfeito com a longa guerra colonial em África e a repressão política interna. No decorrer do dia, o povo português juntou-se espontaneamente aos militares nas ruas, culminando na destituição do então governo. A revolução abriu caminho para um Portugal democrático e para a independência das colónias africanas.