Porque existem governos regionais em Portugal?
A existência dos governos regionais na Madeira e nos Açores em Portugal deriva da natureza insular e da especificidade histórica, cultural e geográfica destas regiões autónomas, que as distingue do restante território nacional. Assim, foram estabelecidos para reconhecer e gerir de forma mais eficiente as particularidades destas regiões autónomas, garantindo que respetivas necessidades e especificidades sejam atendidas de forma adequada.
-
Madeira e Açores são arquipélagos localizados no Oceano Atlântico, separados do continente por grandes distâncias. Esta situação geográfica única traz desafios específicos na administração, comunicação, no transporte e desenvolvimento, que são mais bem geridos quando têm grau elevado de autonomia.
-
A história de ambos os arquipélagos apresenta contextos próprios, que, em certos aspetos, diferem da história continental. Esta trajetória singular deu origem a identidades culturais próprias.
-
A Constituição Portuguesa de 1976 reconheceu a autonomia da Madeira e dos Açores, estabelecendo-os como regiões autónomas com governos próprios. Esta decisão foi influenciada tanto pelos fatores geográficos e históricos mencionados, como por questões políticas do período pós-revolucionário.
-
A autonomia destas regiões permite uma melhor gestão dos assuntos locais, dada a distância do continente e as especificidades locais. Os governos regionais têm a capacidade de adaptar legislações e políticas às realidades e necessidades da população insular.
-
O continente português, embora tenha diversas regiões com características próprias, não apresenta as mesmas singularidades geográficas e históricas dos arquipélagos. Também a proximidade entre as regiões continentais e a capital permite uma gestão mais centralizada.