Como seremos melhores cidadãos?
Em Portugal, assim como em muitas outras democracias, os princípios para o exercício da cidadania refletem valores universais que promovem a coesão social, a participação ativa e informada e o respeito pelos direitos e deveres de todos.
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Valorizar e respeitar os direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente da sua origem, religião, género, orientação sexual, ou qualquer outra característica.
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Envolver-se no processo democrático, votando, participando em debates públicos, e contribuindo para o desenvolvimento de políticas e decisões.
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Informar-se sobre assuntos de interesse público, conhecer a Constituição, leis e regulamentos, e valorizar a educação formal e contínua.
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Demonstrar empatia para com os outros, apoiando iniciativas de solidariedade social, contribuindo para a coesão social.
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Cumprir e respeitar as leis estabelecidas, compreendendo que existem para manter a ordem e proteger os direitos de todos.
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Assumir responsabilidades individuais e coletivas, seja no cumprimento dos deveres fiscais, na preservação do ambiente ou no respeito pelos espaços e património públicos.
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Respeitar e valorizar a diversidade, compreendendo que uma sociedade plural e inclusiva é mais rica e resiliente.
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Atuar com integridade e honestidade em todas as ações, seja na vida pessoal, profissional ou pública.
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Colaborar para o bem-estar da comunidade, privilegiando o interesse coletivo em detrimento de interesses puramente individuais.
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Promover o diálogo e a compreensão mútua, e procurar soluções pacíficas para disputas ou desentendimentos.
Cultivar o Civismo
no dia a dia
Cada pequena ação cívica que praticamos no nosso dia a dia contribui para a construção de uma sociedade mais educada, respeitosa e harmoniosa. A educação cívica começa com o reconhecimento de que, através do nosso comportamento quotidiano, temos o poder de promover a mudança positiva e fortalecer os laços que unem a comunidade.
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Manter a calma e a paciência no trânsito é um exercício de tolerância. Evitar discussões e praticar a condução defensiva contribui para um ambiente de trânsito mais seguro e agradável para todos.
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Ser tolerante e respeitoso com os outros, independentemente das diferenças, é fundamental para promover a coesão social e a compreensão mútua.
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Pequenos gestos, como não deitar lixo no chão e reciclar, contribuem para a preservação do ambiente e refletem um alto grau de consciência e respeito pela comunidade e pelo planeta.
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Apoiar e respeitar as pessoas mais vulneráveis ou frágeis na rua é um reflexo de empatia e humanidade, valores centrais para uma cidadania ativa e compassiva.
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Práticas simples, como cumprimentar, agradecer e pedir desculpa, são manifestações de educação e respeito que promovem um ambiente social positivo e amigável.
Num país como Portugal, onde a emigração faz parte da história, qual é o nosso exemplo perante os novos fluxos de imigrantes?
A emigração é um fenómeno intrincado que, frequentemente, nasce de histórias de procura por oportunidades, fuga de conflitos, ou aspirações de uma vida melhor. Portugal, que vivenciou uma intensa onda de emigração nos anos 60 e 70 e, mais recentemente, acolheu novos fluxos provenientes de África nos anos 2000, detém uma perspetiva particularmente empática sobre este tema. O exercício da cidadania em relação à imigração, considerando esta realidade multifacetada, implica empatia e respeito, a desconstrução de estereótipos e a capacidade de acolher e integrar com dignidade. Em simultâneo, é fundamental reconhecer e valorizar o contributo dos imigrantes no desenvolvimento do País.
A forma como acolhemos e integramos a população imigrante deve honrar a nossa história e tradição como nação emigrante, permitindo reforçar os valores de solidariedade e coesão que são pilares da sociedade portuguesa.
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Cada emigrante traz consigo uma história única, cheia de esperanças e aspirações. Quer sejam os portugueses que partiram ou os estrangeiros que chegaram ao nosso país, todos procuram melhores condições de vida e oportunidades.
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Informar-se sobre os motivos que impulsionam as migrações, os desafios enfrentados e o contributo que trazem para a comunidade e sociedade.
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Incentivar e apoiar iniciativas que facilitem a integração dos emigrantes na comunidade, como programas educativos, eventos culturais ou apoio social.
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Desafiar e contrapor-se a atitudes xenófobas e discriminatórias. O respeito mútuo é fundamental em qualquer democracia.
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A diversidade cultural e as diferentes perspetivas são enriquecedoras para qualquer sociedade plural.
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Apoiar políticas e entidades que protejam os direitos dos emigrantes.
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Estimular conversas construtivas sobre migração, desmistificando medos e desconstruindo preconceitos.
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As iniciativas de solidariedade social reduzem iniquidades e desigualdades e podem assumir diversas formas.
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Todos os homens e mulheres migrantes levam e trazem consigo talentos, habilidades e a diversidade cultural que beneficia e impulsiona o País.
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Incutir valores de tolerância, empatia e respeito nas gerações mais jovens é crucial para manter uma sociedade inclusiva.
Num mundo tão polarizado, é fundamental a tolerância e o pluralismo constantes
Cada cidadão desempenha um papel vital na promoção da tolerância e do pluralismo. Cada ação, por menor que seja, contribui para uma sociedade mais inclusiva e tolerante. Os cidadãos, através das suas ações e decisões diárias, têm o poder de moldar a cultura e os valores da comunidade em que vivem.
São diversas as responsabilidades e ações individuais que podem ser adotadas.
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Informar-se sobre culturas, religiões e tradições diferentes das suas. Quanto mais soubermos sobre os outros, menos provável é que tenhamos preconceitos ou medos infundados.
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Colocar-se no lugar do outro e tentar compreender os seus sentimentos e perspetivas. A empatia é a chave para compreender e respeitar as diferenças.
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Estar aberto à partilha e escutar pessoas de diferentes origens, criando um espaço seguro para a troca de ideias e experiências.
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Quando confrontado com comentários ou atitudes discriminatórias, ter a coragem de questioná-los ou desmontá-los com base em factos e, assim, desafiar esses comportamentos.
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Participar em atividades comunitárias ou em grupos que promovam a diversidade e a inclusão, contribuindo ativamente para a construção de uma comunidade harmoniosa.
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Transmitir os valores da empatia e do respeito pela diversidade, independentemente das diferenças existentes.
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Desenvolver espirito crítico no acesso a notícias e informações, questionando fontes e evitando partilhar notícias não verificadas ou duvidosas que possam alimentar estereótipos e preconceitos.
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Apoiar organizações e movimentos que trabalhem pela igualdade, direitos humanos e promoção da diversidade.
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Agir como um modelo de respeito e tolerância na comunidade, influenciando positivamente os que estão ao redor, através do seu comportamento e atitudes.
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Informar-se sobre as posições dos candidatos e partidos em relação à diversidade, inclusão e direitos humanos, e votar de acordo com os seus princípios.
A consciência ambiental faz parte da cidadania
A cidadania plena envolve não apenas a interação e respeito pelas pessoas à nossa volta, mas também um conjunto de escolhas associadas ao estilo de vida, entre as quais as que visam cuidar do Planeta. A preservação da Terra tem impactos diretos na saúde e bem-estar das populações.
O exercício da cidadania ambiental implica estar ciente dos impactos das atividades humanas no meio, procurar formas para minimizar esses impactos e promover um estilo de vida que contribua para a sustentabilidade: assegurar que os recursos utilizados atualmente estarão também disponíveis para utilização pelas gerações futuras.
O exercício da cidadania ambiental pode expressar-se de várias formas.
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Começa pela sensibilização sobre a importância do ambiente e o impacto das ações individuais. Com o tempo, esta perceção potencia as escolhas mais amigas da Natureza.
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Pequenas mudanças no dia a dia, como reciclar, reduzir o consumo de plástico, optar por produtos locais, escolher alimentos sazonais e reduzir o consumo de energia, podem fazer uma grande diferença.
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Passar tempo ao ar livre, a caminhar, a acampar ou apenas a ler um livro num parque, pode fortalecer a ligação individual com a Natureza e reforçar a perceção da importância do cuidado com o ambiente.
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Participar em ações de limpeza de praias, plantações de árvores ou outras iniciativas ambientais comunitárias beneficia o ambiente e fortalece os laços comunitários.
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Como cidadãos, podemos votar, apoiar e pressionar pela implementação de políticas que protejam o ambiente e promovam a sustentabilidade.
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Optar por comprar produtos locais e sazonais, de empresas que têm práticas sustentáveis, ou reduzir o consumo geral, são formas de atuar a favor da sustentabilidade.
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Sensibilizar para a importância da preservação, através da música, cinema, literatura e outras formas de expressão artística, tem o potencial de fazer chegar a mensagem mais longe e inspirar para as escolhas mais sustentáveis.
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Fomentar discussões sobre questões ambientais em grupos, escolas, locais de trabalho e plataformas online pode ajudar a fomentar a consciência ambiental e encontrar soluções sustentáveis coletivas.
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Informar-se sobre as posições dos candidatos e partidos em relação à utilização dos recursos naturais, à proteção da biodiversidade, mobilidade urbana, entre muitos outros outros temas, para que possa fazer as suas escolhas de forma mais conciente.